segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dominar o mundo?

Hoje passou na tv a cabo o filme ”Controle Absoluto” (Eagle eye – Dream Works Pictures – co-produzido por Steven Spielberg em 2008 e dirigido por Daniel John Caruso – D.J.Caruso.) Numa das falas, a máquina diz: “- Estamos em toda parte...

Por associação de idéias, lembrei-me de “1984”, livro escrito por George Orwell em 1948. No livro, Orwell imagina uma sociedade futurista com controle centralizado, na qual o “Big brother is watching you” (O grande irmão está te observando).

Outra associação de idéias me levou à ”Revolução dos Bichos” (Animal Farm – George Orwell, 1945), em que o mesmo Orwell relata a história de uma revolução de bichos contra os humanos, liderada por um porco...

Em 1938, Orson Welles provocou uma confusão muito grande quando divulgou pela rádio CBS, em tom alarmista, a informação que a Terra estava sendo invadida por seres de outro planeta. Tratava-se de um dia das bruxas e Welles resolveu dramatizar, durante seu programa de rádio, uma adaptação da história de ficção científica “A Guerra dos Mundos” (The War of the Worlds, 1898, de Herbert George Wells).

Ainda sobre alarmismo, lembro-me que certo dia na minha infância, os meninos da minha rua ficaram preocupados com a notícia, saída não sei de onde, de que “O mundo vai acabar amanhã!”. Que coisa, hein! E ainda estamos aqui!

Lembro-me também do filme “Inimigo Meu” (Enemy Mine – EUA, 1985 – direção de Wolfgang Petersen). Aqui a história é sobre uma guerra futurista onde o vencedor dominaria os planetas Terra e Dracon.

E alguém se lembra da série em que dois camundongos de laboratório têm uma vida noturna mais animada do que suas labutas rotineiras pelas tardes e manhãs, e onde o objetivo está implícito diretamente no diálogo, também rotineiro: “- Cérebro, o que faremos amanhã à noite?” e a resposta é sempre: “- A mesma coisa que fazemos todas as noites, Pinky... Tentar conquistar o mundo!” (Pinky and the Brain, criação americana de Tom Ruegger e Steven Spielberg, exibida de 1995 a 1998).

E “O Grande Ditador”? (The Great Dictator – EUA, 1940, Direção e Roteiro de Charles Chaplin, que também interpreta duas personagens).

Poderia ficar citando aqui muitos outros exemplos de livros, filmes, histórias veladas, rituais secretos ou não e outras formas de exploração da informação, conhecimento e poder, em que tem sempre uma ou várias personagens pretendendo dominar o(s) mundo(s). Por quê esse desejo?

Na atualidade tenho visto também uma preocupação muito grande com a tal de “Nova Ordem Mundial”, muito citada entre os governantes; com os Iluminatis e suas conspirações; com os Papas Negros (Papa Negro é como é chamado o dirigente máximo da Companhia de Jesus – a ordem jesuíta, primeiro numa alusão à influência que exerce na sociedade (Papa) e depois numa alusão à cor de sua batina preta, em contrapartida à do Papa, que é branca); com o ano de 2012 e o final dos tempos, com o calendário maia, com o martinismo, com a maçonaria, etc, etc, etc...

Antes as sociedades ditas secretas segregavam as informações, talvez numa tentativa de proteger o conhecimento dos incautos, ou daqueles que poderiam fazer mau uso das informações. Mas hoje as informações circulam de forma indiscriminada pela internet. E pessoas – quaisquer pessoas – podem acessá-las indistintamente, e inclusive dar a interpretação que quiserem. (Ver o post anterior “Ler e entender”). Muitos nem sabem do que estão tratando, muito menos do poder que vem anexo à informação.

Vi diversos vídeos pela internet que foram produzidos por pessoas ditas inteligentes, mas que não tratam com responsabilidade assuntos muito controversos, e o que fazem mesmo é colocar os incautos em pânico e lançar dúvidas sobre suas crenças já intimamente consolidadas, abalando-as.

Então fico pensando: Como pode o alguém querer dominar o mundo se ele não consegue nem dominar-se a si mesmo? Não consegue controlar nem a sua célula familiar, nem a sua comunidade, quanto mais o mundo!

Cabe às lideranças formais prepararem seus correligionários para que façam melhor uso do conhecimento. Para evitar, na expressão figurada de Jesus Cristo, “lançar pérolas aos porcos” (Mateus, 7,6).

Curioso é saber que, após muita – mas muita mesmo – pesquisa, meditação e leitura, eu descobri que continuo sem saber – e muito menos entender – nada de nada! Como Sócrates: Só sei que nada sei!

Então recito aqui o meu credo permanente: Creio Senhor, mas aumentai minha fé.