Primeira parte...
O homem é um ser social
Tudo começa na própria
perpetuação da espécie: não é auto-suficiente nem para reprodução, na medida em
que até para isso depende de um parceiro...
Assim, para sobreviver, surge a primeira
organização social, a casa, com sua primeira regra: uma vez estabelecido o
casal, um traz para casa o alimento e outro cuida da casa (ou vice-versa)...
Organização e evolução
Como a caça é a mesma (precisa
ser disputada) e os defeitos de caráter também tomam parte na evolução humana,
então ocorrem desavenças pelo mesmo alimento e desavenças nas disputas pelos
parceiros (preguiça, inveja, cobiça e outros “pecados” que fazem parte dos processos
do aprendizado humano).
Assim, nada mais natural que
surjam lideranças que se interessem pela organização disso tudo: se um grupo
dedica uma parte do seu tempo para pesquisar melhorias nos processos de trazer
o alimento, outro grupo pode cuidar de outros assuntos. Por exemplo: um grupo
cuida da produção agrícola, outro da produção animal, outro observa e corrige
os resultados disso tudo e assim por diante...
Crescimentos da população e da organização
A população cresce todo dia. A
capacidade de organização também cresce. Mas a organização propriamente dita encontra
mais dificuldades na sua evolução do que o crescimento populacional. Assim, o
que mais se vê é o crescimento de populações desorganizadas, mas que, mesmo
assim, não param de crescer...
O que temos visto na atualidade é
um exagerado crescimento populacional em detrimento da capacidade de
organização...
Lideranças
Os próprios processos de
identificação de lideranças são difíceis e têm seus vícios. Mas quando são percebidas
diferenças entre os objetivos dos líderes e dos seus liderados, então estas
diferenças precisam ser corrigidas com urgência, porque o preço que o grupo
paga por permitir a evolução de um modelo que não atende seus interesses é muito
alto.
Um dos mais graves defeitos percebidos
nos modelos de representação nas sociedades modernas é o de os líderes –
geralmente escolhidos pelos elementos do grupo – acharem que os objetivos que
devem atingir sejam seus objetivos pessoais e os de sua perpetuação no esquema
de poder estabelecido.
Alienação
Quando ocorrem erros nos
processos representativos, os liderados podem alienar-se e manter-se à margem
dos acontecimentos. E os líderes passam então a cuidar ainda mais dos seus
próprios interesses, alienando-se também dos seus liderados. Ficam assim duas
castas: a dos não-representados e a dos não-representantes. Estes últimos, no
intuito de manterem seus interesses, precisam recursos que vão colher entre os não
representados.
Reações
Até que, cansados de sustentarem
uma casta sem representatividade, que para cada serviço oferecido impõe pagamentos
fora de qualquer medida através de tributos cada vez mais sofisticados, os não
representados resolvem abandonar suas rotinas e demonstrar suas insatisfações
com os modelos constituídos.
E a culpa é de quem?
De todos. Mas o que importa é a
percepção do erro e a iniciativa para sua correção.
Precisa fazer tudo hoje?
Não é possível corrigir tudo de
uma vez. Erros muito antigos não se corrigem de uma hora pra outra. Então o que
se tem que fazer nessa situação é, detectado o erro, apurar as
responsabilidades, corrigir o modelo e escolher melhor os representantes nas próximas
oportunidades, se o modelo permitir.
Se o modelo não permitir mudanças,
então é preciso mudar o modelo. Não importa se vai demorar 100 ou 200 anos pra
acontecer: o que precisa é começar.
A palavra de ordem então é demonstrar
a insatisfação, provocar a mudança e ficar atento nos resultados.
Segunda parte...
E aí, quem sabe nas próximas
etapas, a humanidade seja assexuada e cada ser humano seja auto-suficiente...