terça-feira, 2 de novembro de 2021

Martelo no dedo...

 No último texto que publiquei (Meu Anjo trabalhou dobrado) eu falei da queda de uma calha condutora na minha cabeça – da qual, ironicamente, sobrevivi sem nenhuma dor ou sequela. Mas pois é: hoje vou tratar de uma outra queda.

No fim do período de execução do mesmo serviço, aconteceu um outro acidente, mas antes, só para contextualizar, a calha que caiu e bateu na minha cabeça, caiu de 8m de altura...

No fim da tarde, recolhendo as ferramentas, deixei cair acidentalmente um martelo quando o colocava numa das latas que utilizo pra guardá-lo. A queda não passou de 20cm de altura, mas foi fatal: o tal do martelo foi parar bem no meu dedão, cuja unha está encravada...

Precisa relatar o tamanho da dor? Com um pouco mais de cuidado eu teria visto a cor daquela dor...

domingo, 24 de outubro de 2021

Meu anjo trabalhou dobrado....

 

Por esses dias resolvi fazer um pequeno conserto no reboco externo da minha casa.

Para isso comprei alguns materiais e fui visitar o sótão, a fim de ‘arregimentar’ algumas ferramentas que deveria utilizar. Para prevenir batidas da minha cabeça dura em alguma viga das tesouras que sustentam o telhado, recorri a um capacete que uso nas pedaladas eventuais com a minha bicicleta. Parece que não, mas o certo é que quando estou com o capacete nunca bato em nada, mas basta não estar com ele que minha cabeça volta com resquícios de alguma batida...

Desci e comecei a preparar a execução do serviço. Precisava desencaixar uma parte da calha coletora de águas de chuva. Então comecei por aí. Durante o esforço inicial, percebi que a dificuldade não seria tão grande e não me preocupei com uma coisa óbvia: no esforço para desencaixar a parte que interessava, consegui desencaixar também a curva principal do coletor, que ficava na parte mais alta da calha. E a danada nem avisou: quando vi, ela já estava no chão, ao meu lado, mas não sem antes ter batido diretamente na minha cabeça! Tratava-se de um pedaço curvo de cano de zinco com mais ou menos 1m de comprimento, que ficava na parte superior da calha, a 8 m de altura, e que caiu diretamente na minha cabeça!

Podem se espantar: o que senti de fato na minha cabeça foi como se uma almofada de algodão tivesse batido, o que não provocou nenhuma consequência...

E o que faltou considerar: tinha acabado de tirar o capacete, que poderia ‘atrapalhar’...

Nesse dia meu anjo trabalhou dobrado!

domingo, 23 de junho de 2013

Manifesto sobre as manifestações de 2013

Primeira parte...

O homem é um ser social

Tudo começa na própria perpetuação da espécie: não é auto-suficiente nem para reprodução, na medida em que até para isso depende de um parceiro...

Assim, para sobreviver, surge a primeira organização social, a casa, com sua primeira regra: uma vez estabelecido o casal, um traz para casa o alimento e outro cuida da casa (ou vice-versa)...

Organização e evolução

Como a caça é a mesma (precisa ser disputada) e os defeitos de caráter também tomam parte na evolução humana, então ocorrem desavenças pelo mesmo alimento e desavenças nas disputas pelos parceiros (preguiça, inveja, cobiça e outros “pecados” que fazem parte dos processos do aprendizado humano).

Assim, nada mais natural que surjam lideranças que se interessem pela organização disso tudo: se um grupo dedica uma parte do seu tempo para pesquisar melhorias nos processos de trazer o alimento, outro grupo pode cuidar de outros assuntos. Por exemplo: um grupo cuida da produção agrícola, outro da produção animal, outro observa e corrige os resultados disso tudo e assim por diante...

Crescimentos da população e da organização

A população cresce todo dia. A capacidade de organização também cresce. Mas a organização propriamente dita encontra mais dificuldades na sua evolução do que o crescimento populacional. Assim, o que mais se vê é o crescimento de populações desorganizadas, mas que, mesmo assim, não param de crescer...

O que temos visto na atualidade é um exagerado crescimento populacional em detrimento da capacidade de organização...

Lideranças

Os próprios processos de identificação de lideranças são difíceis e têm seus vícios. Mas quando são percebidas diferenças entre os objetivos dos líderes e dos seus liderados, então estas diferenças precisam ser corrigidas com urgência, porque o preço que o grupo paga por permitir a evolução de um modelo que não atende seus interesses é muito alto.

Um dos mais graves defeitos percebidos nos modelos de representação nas sociedades modernas é o de os líderes – geralmente escolhidos pelos elementos do grupo – acharem que os objetivos que devem atingir sejam seus objetivos pessoais e os de sua perpetuação no esquema de poder estabelecido.

Alienação

Quando ocorrem erros nos processos representativos, os liderados podem alienar-se e manter-se à margem dos acontecimentos. E os líderes passam então a cuidar ainda mais dos seus próprios interesses, alienando-se também dos seus liderados. Ficam assim duas castas: a dos não-representados e a dos não-representantes. Estes últimos, no intuito de manterem seus interesses, precisam recursos que vão colher entre os não representados.

Reações

Até que, cansados de sustentarem uma casta sem representatividade, que para cada serviço oferecido impõe pagamentos fora de qualquer medida através de tributos cada vez mais sofisticados, os não representados resolvem abandonar suas rotinas e demonstrar suas insatisfações com os modelos constituídos.

E a culpa é de quem?

De todos. Mas o que importa é a percepção do erro e a iniciativa para sua correção.

Precisa fazer tudo hoje?

Não é possível corrigir tudo de uma vez. Erros muito antigos não se corrigem de uma hora pra outra. Então o que se tem que fazer nessa situação é, detectado o erro, apurar as responsabilidades, corrigir o modelo e escolher melhor os representantes nas próximas oportunidades, se o modelo permitir.

Se o modelo não permitir mudanças, então é preciso mudar o modelo. Não importa se vai demorar 100 ou 200 anos pra acontecer: o que precisa é começar.

A palavra de ordem então é demonstrar a insatisfação, provocar a mudança e ficar atento nos resultados.

Segunda parte...

E aí, quem sabe nas próximas etapas, a humanidade seja assexuada e cada ser humano seja auto-suficiente... 

domingo, 25 de março de 2012

Lixo importado


Acabo de ver notícia que dá conta da entrada de lixo importado do Canadá pelo porto de Itajaí (SC). in http://www.receita.fazenda.gov.br/noticias/2012/mar/lixonao.htm

O conceito de aldeia global vale também para lixo. Mas lixo é problema de quem produz. Assim, nosso planeta tem que lidar com o lixo que produz. Enquanto não soubermos lidar com isso a nível global, agentes “espertos” vão criando jeitinhos de empurrar para outro lugar os resíduos que não têm interesse de tratar.

O Brasil tem sido escolhido por outros países como local de descarte de lixos de diversas origens. Talvez porque não nos preocupemos nem com o destino dado aos nossos próprios resíduos. Assim, “importamos” lixo hospitalar, resíduos de material radioativo, roupas utilizadas em hospitais para aproveitar o tecido, "polietileno" como o citado no link acima (eventos esses já descobertos e em investigação pela Receita Federal), sem citar os casos não descobertos pelo governo brasileiro.

Quando descobertas movimentações desse tipo, os governos devolvem para a origem os resíduos encontrados. Mas o problema é que continuamos sem a solução a nível global.

E já que ainda não temos as soluções, não seria a hora de suspender as atividades que produzem os tão indesejáveis resíduos?

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

São Silvestre 2011


Relutei muito antes de me inscrever para a tradicional corrida anual de São Silvestre deste ano.

Ano passado nem corri, por muitos motivos; entre eles o alto preço da inscrição - que aumenta todo ano -, e a opção pelas aulas de música e piano, com prejuízo nos treinos para as corridas. Como rendi pouco no piano, concluí que errei quando eliminei da agenda os treinos para as corridas (corri menos, ganhei uma cinturinha extra e mesmo assim meu desempenho ao piano ainda ficou a desejar...). Sendo assim, para este ano, resolvi na última hora que ia correr, mesmo sem o treinamento adequado: foi estabelecido um limite de 25000 participantes e eu fui o 23927º.

A organização promoveu para 2011 algumas mudanças importantes na corrida, a começar pelo traçado e pelo local da chegada. O motivo alegado para as mudanças foi a confusão gerada pelo conflito entre os atletas que participam da corrida e as pessoas que chegam para a festa da virada do ano, que ocorre no mesmo local.

Considerando apenas o motivo que a organização alegou para promover as mudanças, eu penso que uma solução mais simples teria trazido melhores resultados do que os que foram obtidos: a chegada e a dispersão poderiam ocorrer na estação Paraíso do Metrô, bastando para isso ter virado à esquerda pela Av. Paulista, quando do cruzamento com a Av. Brigadeiro Luís Antônio.

Pessoalmente eu não gosto do local do Obelisco do Ibirapuera. É de uma grandeza assustadora, não facilitadora. Aquilo funciona bem para quem está motorizado, de passagem pelo local. Para pedestres, é a mesma coisa que caminhar pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília: tudo fica muito longe. Para quem já está cansado dos 15 km da São Silvestre ou dos 42 km da Maratona, definitivamente aquele local não serve.

Considerando a mudança do traçado, duas anotações importantes: a) algumas ruas selecionadas não comportam o volume de atletas participantes, o que dificulta a manutenção do ritmo pessoal: todos têm que correr no ritmo da massa e tropeçando, anulando seu próprio ritmo; b) o grande volume de participantes não facilitou a dispersão durante a corrida e nem no momento da chegada. Pra piorar bastante, choveu copiosamente durante a corrida.

Um detalhe de organização que acabou irritando alguns atletas foi a falta de camisetas quando se aproximava o fim da distribuição de kits. Eu mesmo acabei ficando com uma camiseta baby-look, que ficou para minha filha. Muitos inscritos ficaram sem camiseta.

Saiu o resultado: fiquei em 4506º, com tempo líquido de 01:22.  Já estive um pouco melhor...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Custos do Estado - uma série inacabável.


Tempos estranhos.

Nos últimos meses, a cidade de Campinas tem sofrido com um terremoto político que culminou com a cassação do prefeito eleito, Dr. Hélio. Ele dirigia a prefeitura em seu segundo mandato, reeleito com 70% dos votos.  Assim, passaram também pelo comando da prefeitura o atual presidente da Câmara, Sr. Pedro Serafim, e o vice-prefeito eleito, Sr. Demétrio Villagra. Este último se mantém no cargo atualmente por liminar judicial, enquanto aguarda resultado dos trabalhos de uma Comissão Processante, encarregada de embasar sua cassação. A votação final deve ocorrer na próxima terça feira (amanhã).

Três meses, quatro prefeitos, contando com as concessões e cassações de liminares judiciais. E, como foi dito, amanhã poderemos ter mais novidades: novo prefeito e decisão pela convocação de novas eleições (como se já não bastasse tanta confusão, ainda mais para um ano eleitoral...).

Curiosamente, os trabalhos da Comissão Processante, para apuração de irregularidades administrativas na gestão da prefeitura, têm pleno apoio da população, que se sentiu traída e enganada pelos mandatários que elegeu.

Como em todo embate democrático, há quem apóie e quem reprove esse movimento pelo impeachment do prefeito.

Mas um incidente veio a calhar no meio de toda essa turbulência. Uma sensação de sapo entalado na garganta, e que não quer descer de jeito nenhum: a Câmara Campineira decidiu por um aumento de 126% em seus próprios vencimentos! Não há democracia que resista a isso! Aliás, há: reprovações por unanimidade também compõem o processo democrático.

Não houve explicação e nem caberia nenhuma explicação aceitável, uma vez que as pessoas conhecem muito bem as dificuldades de fazer render seus parcos salários, cujos reajustes anuais mal cobrem a inflação do período...

Os vereadores não fazem mais que a obrigação ao fiscalizar atos do governo e encaminhar ao Ministério Público as eventuais suspeitas de irregularidades. E, com certeza, sabe-se também que não descumpriram a lei ao votar pelo aumento de 126% nos seus vencimentos mensais. O que chama a atenção nesse último caso é a moralidade da questão.

E, apesar de não termos recebido os mesmos 126% de aumento em nossos salários ou aposentadorias, vamos ter que pagar os 126% nos salários deles...

Outra vez: Só nos restam as urnas!

De novo o custo do Estado


Conforme prenunciavam as pesquisas, aproximadamente 66% dos eleitores do Estado do Pará rejeitaram, através de plebiscito, a divisão de seu estado. Para este evento, a população foi plenamente informada e teve oportunidade de ouvir os motivos de lideranças partidárias da divisão, bem como dos que preferiam a manutenção do estado como é atualmente. Venceram os últimos.

É de se desejar que este resultado não signifique que a maioria prefira conviver com as situações atuais do estado e dos municípios: o eleitor está mais maduro. Sabe que quanto maior o número de estados, maior também será o número de senadores, deputados, governadores e outras lideranças, cada um desses grupos com suas estruturas de funcionamento, suas opções de gestão, as chances de corrupção, etc. e ainda maiores serão os custos de manutenção dessa estrutura toda. E custos, todos sabem, voltam sempre na conta do eleitor.

É possível que, afinal, esse gigante adormecido já esteja acordando. Bem lentameeente, na verdade, mas já é alguma coisa.