segunda-feira, 23 de maio de 2011

Campinas - Articulação e Oposição

Todo dia temos alguma surpresa na administração pública: são políticos sendo acusados de abocanhar parte dos salários da suas equipes; outros de corrupção ativa ou passiva; são secretários de governo que coordenam contratos públicos visando interesses não muito públicos; são projetos sendo aprovados sem atender exigências legais e depois sem ter nenhum acompanhamento; são propinagens para isso e mais aquilo; é a realização de licitações marcadas; é a promulgação de leis com vícios de hierarquia; são obras autorizadas com contrapartidas não executadas e tantas outras coisas mais que poderia passar um tempão relatando aqui...

Segundo consta, isso acontece há tempos e não só na nossa cidade: vai também Brasil afora.

Ao que parece, Campinas vem seguindo um modelo de gestão que muitos executivos públicos adotam em todos os escalões, tanto politicamente quanto administrativamente. Coisas que vão muito além do toma-lá-dá-cá partidário.

E, seguindo também modelos de outros escalões, políticos de oposição não estariam exercendo oposição nenhuma, facilitando a vida da situação e permitindo a incidência de irregularidades, sem que ocorra nenhuma fiscalização. Punição aos responsáveis, então, nem pensar.

Só depois que o Ministério Público tomou a iniciativa – semana passada - de levar à frente investigações de irregularidades na administração da cidade, daí sim a tímida oposição saiu protocolando aqui e ali um pedido de investigação e até de impeachment, ainda demonstrando surpresa e completa desarticulação. Talvez pensando em convencer seus eleitores baseando-se na velha máxima do “antes tarde do que nunca...”, para salvar seus bonés...

Quando situação e oposição exercem de fato suas atribuições, representando seus eleitores e não os seus próprios interesses, então as chances de ocorrer um governo política e administrativamente melhor se ampliam muito mais, fortalecendo a democracia.

Tomara que – em se comprovando alguma irregularidade – os responsáveis sejam punidos exemplarmente, nas formas da lei e das urnas.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Prof Kulay e o Mundo da Lua

Nos idos de 1970, meu amigo Paçoca cometeu um pequeno erro no cálculo da abertura de um ângulo. Claro que o erro foi notado pelo Prof. Kulay, que não teve dúvida: descontou na nota e ainda explicou:

- Meu filho, aqui embaixo, a diferença realmente é pequena, mas se você projetar isso para o infinito, não vai ter como medir essa diferença...

Pela mesma época, numa das oficinas que tinha no porão do colégio, eu projetei um foguete interplanetário movido a pressão atmosférica! E é claro que fui submeter o grande projeto à apreciação do Prof. Kulay:

- Será que vai funcionar? – perguntei.

- A pressão atmosférica é muito pequena até para o foguete sair do chão - disse ele com voz grave e sua piteira fumarenta - e, depois, como é que ele vai se mover quando sair da atmosfera?

É claro que os meus projetos de ir pra lua ficaram por ali mesmo...