segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Custos do Estado - uma série inacabável.


Tempos estranhos.

Nos últimos meses, a cidade de Campinas tem sofrido com um terremoto político que culminou com a cassação do prefeito eleito, Dr. Hélio. Ele dirigia a prefeitura em seu segundo mandato, reeleito com 70% dos votos.  Assim, passaram também pelo comando da prefeitura o atual presidente da Câmara, Sr. Pedro Serafim, e o vice-prefeito eleito, Sr. Demétrio Villagra. Este último se mantém no cargo atualmente por liminar judicial, enquanto aguarda resultado dos trabalhos de uma Comissão Processante, encarregada de embasar sua cassação. A votação final deve ocorrer na próxima terça feira (amanhã).

Três meses, quatro prefeitos, contando com as concessões e cassações de liminares judiciais. E, como foi dito, amanhã poderemos ter mais novidades: novo prefeito e decisão pela convocação de novas eleições (como se já não bastasse tanta confusão, ainda mais para um ano eleitoral...).

Curiosamente, os trabalhos da Comissão Processante, para apuração de irregularidades administrativas na gestão da prefeitura, têm pleno apoio da população, que se sentiu traída e enganada pelos mandatários que elegeu.

Como em todo embate democrático, há quem apóie e quem reprove esse movimento pelo impeachment do prefeito.

Mas um incidente veio a calhar no meio de toda essa turbulência. Uma sensação de sapo entalado na garganta, e que não quer descer de jeito nenhum: a Câmara Campineira decidiu por um aumento de 126% em seus próprios vencimentos! Não há democracia que resista a isso! Aliás, há: reprovações por unanimidade também compõem o processo democrático.

Não houve explicação e nem caberia nenhuma explicação aceitável, uma vez que as pessoas conhecem muito bem as dificuldades de fazer render seus parcos salários, cujos reajustes anuais mal cobrem a inflação do período...

Os vereadores não fazem mais que a obrigação ao fiscalizar atos do governo e encaminhar ao Ministério Público as eventuais suspeitas de irregularidades. E, com certeza, sabe-se também que não descumpriram a lei ao votar pelo aumento de 126% nos seus vencimentos mensais. O que chama a atenção nesse último caso é a moralidade da questão.

E, apesar de não termos recebido os mesmos 126% de aumento em nossos salários ou aposentadorias, vamos ter que pagar os 126% nos salários deles...

Outra vez: Só nos restam as urnas!

De novo o custo do Estado


Conforme prenunciavam as pesquisas, aproximadamente 66% dos eleitores do Estado do Pará rejeitaram, através de plebiscito, a divisão de seu estado. Para este evento, a população foi plenamente informada e teve oportunidade de ouvir os motivos de lideranças partidárias da divisão, bem como dos que preferiam a manutenção do estado como é atualmente. Venceram os últimos.

É de se desejar que este resultado não signifique que a maioria prefira conviver com as situações atuais do estado e dos municípios: o eleitor está mais maduro. Sabe que quanto maior o número de estados, maior também será o número de senadores, deputados, governadores e outras lideranças, cada um desses grupos com suas estruturas de funcionamento, suas opções de gestão, as chances de corrupção, etc. e ainda maiores serão os custos de manutenção dessa estrutura toda. E custos, todos sabem, voltam sempre na conta do eleitor.

É possível que, afinal, esse gigante adormecido já esteja acordando. Bem lentameeente, na verdade, mas já é alguma coisa.