segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Custos do Estado - uma série inacabável.


Tempos estranhos.

Nos últimos meses, a cidade de Campinas tem sofrido com um terremoto político que culminou com a cassação do prefeito eleito, Dr. Hélio. Ele dirigia a prefeitura em seu segundo mandato, reeleito com 70% dos votos.  Assim, passaram também pelo comando da prefeitura o atual presidente da Câmara, Sr. Pedro Serafim, e o vice-prefeito eleito, Sr. Demétrio Villagra. Este último se mantém no cargo atualmente por liminar judicial, enquanto aguarda resultado dos trabalhos de uma Comissão Processante, encarregada de embasar sua cassação. A votação final deve ocorrer na próxima terça feira (amanhã).

Três meses, quatro prefeitos, contando com as concessões e cassações de liminares judiciais. E, como foi dito, amanhã poderemos ter mais novidades: novo prefeito e decisão pela convocação de novas eleições (como se já não bastasse tanta confusão, ainda mais para um ano eleitoral...).

Curiosamente, os trabalhos da Comissão Processante, para apuração de irregularidades administrativas na gestão da prefeitura, têm pleno apoio da população, que se sentiu traída e enganada pelos mandatários que elegeu.

Como em todo embate democrático, há quem apóie e quem reprove esse movimento pelo impeachment do prefeito.

Mas um incidente veio a calhar no meio de toda essa turbulência. Uma sensação de sapo entalado na garganta, e que não quer descer de jeito nenhum: a Câmara Campineira decidiu por um aumento de 126% em seus próprios vencimentos! Não há democracia que resista a isso! Aliás, há: reprovações por unanimidade também compõem o processo democrático.

Não houve explicação e nem caberia nenhuma explicação aceitável, uma vez que as pessoas conhecem muito bem as dificuldades de fazer render seus parcos salários, cujos reajustes anuais mal cobrem a inflação do período...

Os vereadores não fazem mais que a obrigação ao fiscalizar atos do governo e encaminhar ao Ministério Público as eventuais suspeitas de irregularidades. E, com certeza, sabe-se também que não descumpriram a lei ao votar pelo aumento de 126% nos seus vencimentos mensais. O que chama a atenção nesse último caso é a moralidade da questão.

E, apesar de não termos recebido os mesmos 126% de aumento em nossos salários ou aposentadorias, vamos ter que pagar os 126% nos salários deles...

Outra vez: Só nos restam as urnas!

De novo o custo do Estado


Conforme prenunciavam as pesquisas, aproximadamente 66% dos eleitores do Estado do Pará rejeitaram, através de plebiscito, a divisão de seu estado. Para este evento, a população foi plenamente informada e teve oportunidade de ouvir os motivos de lideranças partidárias da divisão, bem como dos que preferiam a manutenção do estado como é atualmente. Venceram os últimos.

É de se desejar que este resultado não signifique que a maioria prefira conviver com as situações atuais do estado e dos municípios: o eleitor está mais maduro. Sabe que quanto maior o número de estados, maior também será o número de senadores, deputados, governadores e outras lideranças, cada um desses grupos com suas estruturas de funcionamento, suas opções de gestão, as chances de corrupção, etc. e ainda maiores serão os custos de manutenção dessa estrutura toda. E custos, todos sabem, voltam sempre na conta do eleitor.

É possível que, afinal, esse gigante adormecido já esteja acordando. Bem lentameeente, na verdade, mas já é alguma coisa.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Liberdade de Expressão e o Custo do Estado


Está em julgamento no STF uma ação de constitucionalidade, que trata da liberdade das emissoras de rádio e TV de organizarem suas programações seguindo critérios próprios, sem a interferência dos parâmetros da classificação indicativa, que hoje são imposições do estado.
A questão envolve diretamente a liberdade de expressão, garantida pela Constituição Federal e a principal alegação dos favoráveis à ação é que o cidadão não pode ser considerado pelo estado como se fosse incapaz de decidir sobre o que ele e sua família podem ou não podem ver.

Além do mais, para os profissionais de imprensa, a aprovação seria uma vitória, que traria na bagagem o encerramento de mais um aspecto da ‘censura’ oficial.
Independentemente de quais sejam hoje as atribuições do Estado, para cada uma delas há necessidade da criação e manutenção de uma estrutura, com todos os seus custos e defeitos.

Assim, se as atribuições do estado passassem por uma revisão, quem sabe ficassem somente as atividades que são de fato de sua competência; isso certamente provocaria um enxugamento tão significativo na máquina que poderíamos até exigir dos legisladores uma diminuição na nossa já tão pesada carga tributária...


Erros em Reforma e Construção

Tenho me dedicado à organização de reforma numa residência recém adquirida por um cliente. Achava que em minha casa já tivesse passado por experiências mais do que suficientes com construções, mas pra esse cliente resolvi abrir uma exceção.

A experiência adquirida aqui em casa tem sido de muita valia na reforma que acompanho. Vários problemas que enfrentei durante minha construção estão se repetindo por lá. Mas o que mais me surpreende é o conjunto inusitado de soluções que o construtor adotou para problemas comuns no dia-a-dia das obras civis: erros ou inversão no nível para o assentamento de pisos e revestimentos, problemas com esquadro de paredes, desalinhamento em caixas de passagens elétricas ou coletores de esgotos, erros em execução de escadas e suas consequências, erros no dimensionamento de fiação elétrica, para citar apenas alguns.

A correção dos erros leva a novos aprendizados e ao encontro de soluções e ajustes que talvez não fossem possíveis à época da construção original. Muito boa a experiência.

Então, para quem adquire uma residência nova ou usada – seja para uso próprio ou para investimento – vale a recomendação de verificar profundamente os detalhes técnicos da construção, a possibilidade de adaptação para o uso a que se propõe, além das consultorias habituais sobre documentação, registros e situação fiscal do imóvel, bem como dos vendedores.

domingo, 4 de setembro de 2011

Para inglês ver

Há pouco mais de um ano, escrevi aqui sobre uma ocorrência que registrei no sistema 156 da Prefeitura de Campinas. Tratava-se de acidentes envolvendo usuários do Centro de Referência em Recuperação, quando de sua chegada ou saída para os devidos tratamentos. (Ver post´s ‘Ocorrência’ de 02/06/2010 e ‘Praça sem Sentido’ de 18/06/2010)

Acompanhei o caso até que ele foi encaminhado ao departamento competente.

De vez em quando pego minha bicicleta e saio a passeio pela cidade, em “visitas de inspeção”.

Ontem visitei o referido Centro de Referência, no Distrito de Sousas, para verificar como teriam ficado os novos acessos, após as providências tomadas pela Prefeitura.

Fiquei muito triste quando observei que a situação viária no local, descrita quando do registro da ocorrência, em nada se alterou: não foi acatada a sugestão proposta e nem foi implantada outra solução, que àquela época já estaria em andamento, segundo a Prefeitura.

Apesar disso, nesse mesmo intervalo de tempo, verifiquei que a cidade de Campinas se destacou no país como cidade que promove a acessibilidade em sua política de gestão, tendo sido certificada como “Cidade Acessível” pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos...

P.S. Já ia me esquecendo. Conforme pude constatar, os cachorros também continuam tendo pleno acesso às dependências do CRR. Uma faixa – esta contemporânea da época do registro da ocorrência – anuncia:

. “Adestramento para Cachorros – mensalidade: uma cesta básica”.

.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Aprendendo piano


Depois da aposentadoria, resolvi estudar piano.

E é claro que a bagagem de uma vida inteira vai junto pra escola e interfere no aprendizado.

Qual é o melhor método? Qual o mais eficiente? O que produz melhores resultados? Por que não fazer desse ou daquele jeito?

Nesta fase da vida uma pessoa almeja posições de comando. O senso crítico é bastante elevado. No meu caso, nunca fui muito bom na execução de tarefas. No planejamento e administração me saía melhor.

Lembro-me que na aula de apresentação do curso de Pós Graduação o professor enfatizou:

- “Sei que vocês são todos experientes, responsáveis. Mas nós somos os professores. E vocês são os alunos. E aluno é aluno. Em qualquer lugar e em qualquer idade, se o aluno achar um jeito de enrolar o professor, então ele vai tentar enrolar. E eu aviso pra vocês: Não tentem nos enrolar.

Meu professor de piano é muito experiente. E exigente. Dirige uma das melhores escolas de música da cidade. Teve e tem alunos em todas as faixas de idade.

Mas ele é o professor. E eu sou seu aluno.

Temos lá nossos embates. Às vezes ele promove ’ajustes’ na condução do serviço dele. Mas eu sou seu aluno...

Minha ‘produção’ às vezes deixa a desejar. Ele tenta me enquadrar. Afinal ele é o professor. (E eu sou seu aluno...)

Admiro meu professor.

Às vezes penso em desistir. Mas como posso desistir de uma coisa que eu gosto e tive que adiar a vida toda, pra quando afinal tivesse tempo?

Acho que ainda vou ter que ‘enrolar’ bastante esse professor...

Apagando fogo


Viver apagando fogo ou cuidar da prevenção.

Dois modos de conduzir um assunto qualquer, seja na família, na escola, na empresa, num país ou no mundo!

Qual a melhor estratégia?

O ditado diz que 'É melhor prevenir do que remediar'.

Mas se isto fosse levado ao pé da letra, não precisaríamos de bombeiros. Ou de advogados. Ou de Conselhos Fiscais.

Certa feita, discutíamos estratégias e táticas a serem aplicadas em determinadas circunstâncias, e, em dado momento, o velho ‘bom senso’ foi convocado para prevalecer: "dependendo dos custos, dos resultados obtidos, das interferências legais, da determinação dos envolvidos em produzir sempre melhores resultados, etc. etc. etc."

Ou seja, em alguns casos poderia compensar a incidência de algum risco. E, se não fosse assim, também não precisaríamos das Companhias Seguradoras, certo?

É claro que este texto não é uma apologia à extinção dos bombeiros, nem das empresas seguradoras e muito menos dos responsáveis por serviços de controles ou de auditorias.

Um analista recebe uma demanda com prazo de 30 dias para a implantação de um projeto. Uma análise prévia do ambiente avalia que serão necessários 90 dias.

Nos meios empresariais isso ocorre diuturnamente e os administradores mais competentes decidirão pela implantação do projeto no prazo de 30 dias ou até antes, ainda que sobrem alguns ajustes pra fazer.

Esperar 90 dias pode determinar o fim do negócio, mesmo porque problemas ou mudanças nos ambientes podem ocorrer a qualquer tempo.

O sonho de todo analista é implantar um projeto sem erros. Um projeto ideal.

Mas a experiência diz que mesmo projetos perfeitos passam por ajustes a todo momento.

Por isso mesmo, penso que prevenir é bom mas que remediar é necessário.

domingo, 31 de julho de 2011

Que lembranças?

Algumas pessoas – seriam todas? – têm dificuldades para lembrar ou guardar dados em sua própria memória.

Eu me lembro – ainda! – que, numa das várias mudanças que tivemos numa empresa em que trabalhei, uma orientadora passou a “dica” de que, para aquele novo trabalho, “era fundamental não guardar nada de cabeça”.

E também que não utilizássemos nada daquilo que lá chamávamos de “burrinho” (conjunto de anotações consideradas importantes sobre determinados serviços).

A explicação que ela apresentou para essa orientação foi que as instruções de trabalho são dinâmicas, mudam toda hora e que dependem muito dos ambientes legais e conjunturais em que estão inseridas e submetidas.

Então, não seria errado concluir que dois projetos idênticos poderiam ter tratamentos diferenciados, dependendo da época de suas aprovações.

Tinha lógica.

Naqueles dias eu encontrava muitas dificuldades para absorver e guardar todo o volume de informações referentes às novas rotinas que tinha que aprender. Por isso, aprendi rápido onde encontrar as informações que precisava.

Por vezes sabia o livro, capítulo, título, etc., mas os consultava a cada ocorrência, para garantir a temporalidade da instrução.

Essa prática foi muito útil, pois garantiu a aplicação das rotinas corretas nos trabalhos executados e a segurança dos envolvidos.

Em julho de 2011, a revista Science divulgou pesquisa de Betsy Sparrow, et al, sobre “Os efeitos do Google na memória: consequências cognitivas de ter a informação ao alcance dos dedos.” Vale consultar.

Então, para analisar, ficam algumas questões:

Será que estamos condenados a abolir o uso das técnicas do palácio da memória e a dependermos somente de informações guardadas externamente ao nosso cérebro?

Por que caminhos anda a nossa capacidade analítica, se temos que consultar e inter-relacionar dados armazenados fora da nossa própria memória?

sábado, 2 de julho de 2011

Uniões homo afetivas

Tenho muitos amigos gays. Assumidos ou não. Enrustidos, entendidos, dissimulados, engavetados ou escondidos dentro dos seus armários, e também muitos casais héteros com relacionamentos homo-clandestinos, extra-oficiais, seja entre eles, seja entre elas.

Acompanho com certa curiosidade a evolução dos acontecimentos que culminaram com a oficialização(?) das uniões gays aqui no Brasil.

Mas tudo ainda está só no começo. Ainda mais considerando que por aqui o que se deve procurar é o consenso a nível nacional. E o país tem grande dificuldade de digerir decisões do nosso Supremo Tribunal Federal, onde parece que nem todos os pensamentos estão representados. E as decisões que dali emanam devem representar o que nossos legisladores conseguiram registrar do comportamento do nosso povo, e também tem que servir de modelo para as decisões das primeiras instâncias.

No caso da união civil homossexual, a matéria – controversa que é – gerou todo tipo de polêmica, e a decisão final foi pela legalização dessas uniões.

Era o que bastava. Iniciou-se assim uma rotina de comemorações, de casa e descasa, cujos procedimentos ainda tem que ser definidos ou padronizadas de alguma maneira. Uniões registradas aqui, canceladas ali, entendimentos diferentes em relação ao do STF, coisa que o pensamento regionalizado e as diferenças morais não conseguiram registrar no âmago dos nossos magistrados, ou mesmo que foi vencida em processo decisório democrático.

Parece que isso ainda promete muitas discussões até que tudo entre nos eixos, até que todos os entendimentos “estejam em uníssono” (emprestando aqui o significado de igualdade de sons da teoria musical); e ainda pode rolar muita água por baixo dessa ponte.

Nos Estados Unidos, decisões sobre uniões homo afetivas ocorrem a nível estadual: alguns estados já aceitam, ainda que com algumas diferenças, e há outros que não aceitam de jeito nenhum...

Aqui no Brasil, vi que a Receita Federal foi uma das primeiras instituições a aceitar essa situação (seria com intenções indiretas de ‘aumentar a receita’?). Depois, alguns convênios médicos resolveram também acolher como dependentes os envolvidos nesses relacionamentos, alguns acompanhando a decisão da Receita, outros como decisão nova mesmo, talvez já antecipando os resultados dos acontecimentos.

Além das elocubrações culturais, filosóficas, morais e religiosas que o assunto proporciona, há também algumas de cunho fisiológico. Como já citei neste blog, numa certa ficção científica há uma personagem auto-suficiente do ponto de vista de reprodução da sua espécie. (Procure saber sobre o filme “Inimigo Meu”, já citado neste blog, no post sob o título “Dominar o Mundo”).

E já que a nossa humanidade (ainda) depende de dois sexos diferentes para a reprodução e preservação da espécie, independentemente de todas as outras questões morais e religiosas já citadas, e muito embora pessoalmente eu não tenha nada contra a união civil homossexual, há de se pensar então que estaríamos no fim da nossa jornada? Estaríamos no começo do nosso fim? Porque, até onde me lembro, ainda não vi registros de descendentes biológicos diretos advindos de uniões homossexuais.

Seria esse um pensamento homofóbico? Eu acho que não.

Pode ser que minha percepção ainda esteja míope, não esteja vendo tudo o que importa. Mas o que percebi até agora é que nossos magistrados – e nossa sociedade, por assim dizer – querem tornar válidos, para todas as uniões homoafetivas, direitos civis que antes valiam somente para casais de sexos diferentes.

Por exemplo: registro como dependentes econômicos, direitos de herança e sucessões em geral, aposentadorias e pensões, direito ao respeito e tolerância na convivência com tantas diferenças, e é claro, tudo com os respectivos deveres daí decorrentes.

Para que a sociedade como um todo aceite e processe todas essas modificações comportamentais, ainda vai demorar muito tempo, principalmente entre os segmentos mais reacionários, os mais conservadores e as instituições religiosas em geral...

Mas uma coisa é certa: enquanto não tivermos entre nós o nosso ‘Jeriba Jerry Shigan’, ainda vamos discutir muito esse assunto.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Trinta linhas sobre o mar...

Dia de sabatina, de português.

A prova incluía uma redação, cujo tema conheceríamos somente na hora.
Então o professor falou:

-O tema da redação é: “O mar”. Só isso.

Em minha curta experiência com viagens e passeios, não me lembro de ter conhecido ou pelo menos de ter visto o mar, antes daqueles tempos. E não é que o professor escolheu justo este assunto?

O que é que eu poderia dizer sobre o mar naquela época, se até mesmo hoje só conheço muito aquém do que deveria?

Trinta linhas sobre o mar. A maioria da turma ficou na primeira linha mesmo. E eu também. Não tínhamos nada a dizer... Nota zero de redação.

Depois, comentando com o Fernando, já veterano e dos “maiores”, ele falou:

- O mar? Fácil! Teria sido bem pior se ele pedisse “A gota d’água”, não é mesmo? Já pensou: – A gota d’água tem bactérias... A gota é muito pequena e tem forma de pera...

Será que hoje me sairia melhor? Depois eu vou testar isso.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Campinas e as oposições

Hoje está sendo votado – decisão sai daqui a alguns minutos – o afastamento temporário do prefeito da cidade de Campinas – Dr. Hélio de Oliveira Santos, por indícios de corrupção em gestão de sua responsabilidade.

Dr. Hélio, do PDT, cumpre seu segundo mandato, tendo sido reeleito com 70% de votos em primeiro turno. Os motivos de tamanha votação podem ter sido vários, inclusive a falta de outros candidatos que representassem melhor os anseios da população.

Pedidos de afastamento como o que está sendo discutido hoje precisam ter base legal para efeito do “Em cumprimento à lei municipal número tal, de tal data...”.

O que ocorre é que muitos municípios têm legislação específica para afastamentos dessa espécie – para facilitar as investigações em casos de suspeita de improbidade administrativa, prevaricação ou outros crimes dessa ordem, cometidos por executivo público – no caso o prefeito municipal.

Mas em Campinas não há essa lei. O que não significa que o munícipe tenha que concordar com todos os atos do seu representante. E é claro que também não impede o legislativo de colocar em pauta projeto de lei que inclua o afastamento temporário para os casos de suspeita de desordens na gestão pública que justifiquem o pedido; para o primeiro caso, o povo cerceia os malfeitores nas urnas, na próxima eleição; já para o segundo, a casa legislativa – no caso a Câmara Municipal – vota projeto de lei, que, sendo aprovado e não sendo vetado pelo executivo, também passa a valer, mas só para os próximos mandatários...

E acaba de sair decisão do plenário da Câmara: 16 votos pelo afastamento temporário, 15 contra. Numa casa de 33 vereadores, seriam necessários pelo menos 22 votos pelo afastamento. E 2 vereadores não estavam presentes.

Duas curiosidades: antes do início da sessão que decidiu pela manutenção do prefeito no seu cargo, informações divulgadas pela imprensa davam conta de que haveria unanimidade no posicionamento dos vereadores pelo afastamento do prefeito. Na hora do voto, não foi bem assim... A outra curiosidade é que nos últimos meses temos observado certa incompetência jurídica na administração tanto do executivo quanto do legislativo campineiros.

Por exemplo, inúmeros projetos de edificação urbana foram aprovados (alguns tiveram as obras suspensas, outros não) com base em legislação atual do município, mas que foi considerada inconstitucional à luz da hierarquia das leis. São erros que geram custos altíssimos, que – no fim – alguém tem que pagar.

Para o prefeito, fica aí uma vitória com sabor de derrota – ainda mais se forem comprovadas suspeitas de irregularidades na sua gestão. Politicamente, o que aconteceu foi um terremoto que chacoalhou a cidade, e cujos caquinhos terão que ser juntados novamente pelo prefeito e sua base (se é que sobrou alguma base...)

E esse movimento todo foi o melhor que a oposição conseguiu até o momento. O que apareceu não foi novidade: falta de articulação, falta de compromisso, falta de representatividade.

Ainda bem que na democracia tem as urnas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Campinas - Articulação e Oposição

Todo dia temos alguma surpresa na administração pública: são políticos sendo acusados de abocanhar parte dos salários da suas equipes; outros de corrupção ativa ou passiva; são secretários de governo que coordenam contratos públicos visando interesses não muito públicos; são projetos sendo aprovados sem atender exigências legais e depois sem ter nenhum acompanhamento; são propinagens para isso e mais aquilo; é a realização de licitações marcadas; é a promulgação de leis com vícios de hierarquia; são obras autorizadas com contrapartidas não executadas e tantas outras coisas mais que poderia passar um tempão relatando aqui...

Segundo consta, isso acontece há tempos e não só na nossa cidade: vai também Brasil afora.

Ao que parece, Campinas vem seguindo um modelo de gestão que muitos executivos públicos adotam em todos os escalões, tanto politicamente quanto administrativamente. Coisas que vão muito além do toma-lá-dá-cá partidário.

E, seguindo também modelos de outros escalões, políticos de oposição não estariam exercendo oposição nenhuma, facilitando a vida da situação e permitindo a incidência de irregularidades, sem que ocorra nenhuma fiscalização. Punição aos responsáveis, então, nem pensar.

Só depois que o Ministério Público tomou a iniciativa – semana passada - de levar à frente investigações de irregularidades na administração da cidade, daí sim a tímida oposição saiu protocolando aqui e ali um pedido de investigação e até de impeachment, ainda demonstrando surpresa e completa desarticulação. Talvez pensando em convencer seus eleitores baseando-se na velha máxima do “antes tarde do que nunca...”, para salvar seus bonés...

Quando situação e oposição exercem de fato suas atribuições, representando seus eleitores e não os seus próprios interesses, então as chances de ocorrer um governo política e administrativamente melhor se ampliam muito mais, fortalecendo a democracia.

Tomara que – em se comprovando alguma irregularidade – os responsáveis sejam punidos exemplarmente, nas formas da lei e das urnas.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Prof Kulay e o Mundo da Lua

Nos idos de 1970, meu amigo Paçoca cometeu um pequeno erro no cálculo da abertura de um ângulo. Claro que o erro foi notado pelo Prof. Kulay, que não teve dúvida: descontou na nota e ainda explicou:

- Meu filho, aqui embaixo, a diferença realmente é pequena, mas se você projetar isso para o infinito, não vai ter como medir essa diferença...

Pela mesma época, numa das oficinas que tinha no porão do colégio, eu projetei um foguete interplanetário movido a pressão atmosférica! E é claro que fui submeter o grande projeto à apreciação do Prof. Kulay:

- Será que vai funcionar? – perguntei.

- A pressão atmosférica é muito pequena até para o foguete sair do chão - disse ele com voz grave e sua piteira fumarenta - e, depois, como é que ele vai se mover quando sair da atmosfera?

É claro que os meus projetos de ir pra lua ficaram por ali mesmo...

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Cheques? Pra quê?

Hoje o Banco Central está divulgando novos regulamentos para cheques.

Estão tentando ressuscitar o morto! Ou então dar uma sobrevida para praquele instrumento – o cheque - que já está com os dois pés na cova!

Alguém se lembra da cara do tal de cheque?

Vejam para que serve o cheque, segundo os costumes atuais:

.Para conseguir empréstimos a módicos 12% am, mediante a troca de um montão de cheques-pré-datados por um pouquinho de dinheiro...

.Para pagamentos parcelados de produtos e serviços...

.Para cobrança de taxas pelos bancos para emissão dos talonários, para liquidação dos cheques, pela devolução, pela custódia dos pré-datados, para antecipação de recebíveis por instituição de crédito... (mediante taxas de serviços mais uns jurinhos, certo?)

Alguém viu aqui em cima “serve TAMBÉM para pagamento à vista”??

Eu me lembro da definição de cheque: É uma ordem de pagamento À VISTA.

Ou seja: pela lei, não existem cheques-pré-datados, cheques–garantia, cheques-caução...

Nos tempos do cheque, quem passava um tinha que ter fundos SIM! Hoje parece que não precisa mais!

Para crédito e geração de recursos existem outros instrumentos, como notas promissórias, duplicatas, etc.

Para pagamentos à vista, o melhor é promover o aperfeiçoamento dos meios eletrônicos, se for preciso mudando até as leis.

Epa, as leis! É claro que devem ser respeitadas, pois nada mais refletem que a vontade e os costumes de um povo.

Se eu fosse banqueiro gostaria que o cheque continuasse...

domingo, 17 de abril de 2011

Se arrependimento matasse...

Naqueles dias eu acompanhava um parente que passava por um período de recuperação pós-operatória. Foi quando encontrei Dona Giselda, uma senhora idosa que esbanjava alegria. Se ela não tivesse falado, eu nem teria notado que era amputada de um dos pés.

O curioso do registro é que ela mantinha certa mágoa com um filho. Afinal, “- Foi ele que autorizou” a equipe médica a promover a cirurgia reparadora que resultou na remoção da região atingida por uma trombose de recuperação impossível. Para ela, o filho é que era o culpado por ela estar hoje sem um dos pés...

Com jeitinho, expliquei a ela que a decisão que o filho tomara foi dolorida demais para ele. Com certeza, se ele tivesse outra opção, não teria autorizado a cirurgia. Ainda mais por ser o tipo de decisão que envolve diretamente a vida de outra pessoa.

Curiosamente, ela continuava fumando, mesmo após a amputação...

Numa outra ocasião eu discutia com o mesmo parente acima citado a respeito de nossas decisões no dia-a-dia. Por exemplo: se eu posso escolher entre ajudar alguém ou não ajudar, por quê não ajudar? Se posso escolher entre abandonar um mau hábito ou continuar com ele, por quê então continuar com ele?

Quando avaliamos a amplitude de cada decisão que tomamos, então fica mais fácil decidir. Se cada vez que escolhemos fumar um cigarro, beber uma cachaça ou ajudar um necessitado olhássemos lá na frente para ver as consequências resultantes desses atos, será então que manteríamos as mesmas escolhas?

Depoimento do meu parente:

“- Se arrependimento matasse...”

quinta-feira, 24 de março de 2011

Tragédias no Japão

Se alguém ainda duvida da capacidade de reação do povo japonês diante de adversidades, então é bom ver o exemplo citado nessa reportagem (copie e cole no seu browser)

http://extra.globo.com/noticias/mundo/japao-reconstroi-em-seis-dias-estrada-que-terremoto-destruiu-1393792.html

Vivêssemos nós experiência semelhante aqui nas nossas capitanias e seria bem possível que nesses mesmos seis dias não tivéssemos decidido nem pela colocação de uns cones para desviar o trânsito...

Dias atrás eu pensava sobre qual seria a melhor ajuda a ser dirigida para aquela região. Pensei na distância que nos separa de lá, na logística para fazer a ajuda chegar lá, no que as vítimas estariam de fato precisando e na própria e surpreendente capacidade de gestão da crise demonstrada pelas lideranças japonesas. Eles têm até previsão orçamentária para utilização nos eventos de catástrofes ambientais.

Sabem o que eu concluí?

Nós é que precisamos de ajuda!

Para eles nós podemos rezar para que consigam vencer seus medos, que continuem enxergando seus objetivos, que não fiquem sofrendo com auto-comiseração e que tenham disposição para continuar trabalhando na recuperação do seu país.

Para nós, o exemplo de sua determinação!

E que Deus nos ajude, dando-nos o frio de acordo com o nosso cobertor!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Cubo Mágico 3x3x3 - Montagem

Acabo de elaborar um manual de montagem do cubo mágico 3x3x3.

Estou utilizando o SCRIBD e tentando pela primeira vez abrir um arquivo transferido para um servidor remoto. Vamos ver se deu certo?

Utilize o manual e veja se você também é capaz de montar o cubinho. Copie e cole o link abaixo direto no seu navegador.
Então aí vai:

http://www.scribd.com/doc/49749928/Montagem-Cubo-magico-3x3x3

Experimente e comente se quiser.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Duna & O Senhor dos Anéis

Há alguns anos – de 1984 a 1985 – li a obra de J. R. R. Tolkien (1892-1973). Na época não havia edição recente, por isso li em disputados exemplares de biblioteca, nas primeiras edições para Portugal. Isso tornou minha leitura um pouco mais difícil. Como se pode notar, foi bem antes do trabalho de Tolkien virar modismo entre nossos filhos e ter culminado com uma grande popularização, através de superproduções cinematográficas e jogos de RPG. Pode-se observar também que houve um período de maturação do trabalho antes que fosse popularizado.

Por outro lado, há outro trabalho que também gostaria de citar. Li toda a sequência com a mesma avidez com que li a de Tolkien. Trata-se da série Duna, de Frank Patrick Herbert (1920-1986), ficção científica que, se fosse lançada em nossos dias, ainda assim poder-se-ia considerar de vanguarda e futurista. Este trabalho também teve passagem pelo cinema e em séries de TV. No entanto, o período de “maturação” não teria sido suficiente e os resultados cinematográficos acabaram não agradando tanto o público quanto os de Tolkien. Sem contar que os efeitos cinematográficos evoluíram sobremaneira nos últimos anos.

Então espero que a obra de Herbert continue seu processo de maturação, que faça sucesso ao menos entre os nossos netos, que floresça e que dê novos frutos quando tiver chegado o momento.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Alfabeto

Alfa, Beta,...

O arquivo não tem mais gerente. Agora é apenas um conjunto de armários de aço em sequência, com pastas de processos, clientes e instruções de serviços.

Hora de procurar um dossiê: Maria Aparecida Pimenta da Silva. Cronometrando!

Letra M. Cadê o armário da letra M? Vamos ver: Maria. Começam as sugestões:

- O nome está abreviado?

- Veja se não está na pasta do marido dela!

Meia hora se passou e nada.

- Vai ver que está nas pendências! – alguém fala.

Um cliente observa e constata a dificuldade dos funcionários na manutenção e manuseio dos arquivos pela dependência. Na manhã seguinte traz um banner com o alfabeto completo, em letras bem grandes, e, com jeitinho, sugere ao atendente que fixe na parede:

A, B, C, D... X, Y, Z.

Era uma boa idéia. Por que não fixar?

À tarde, em retorno de uma visita, aparece o Administrador da dependência e observa o banner alfabético, que puxou e rasgou furioso:

- Por que alguém colocaria o alfabeto na parede?

Pouco depois, lá vem ele novamente, procurando um dossiê. Após muita busca, encontrou-o fora da ordem correta. Então não teve dúvida. Chamou o estagiário (justo ele, coitado!) e ordenou:

- Prepare um banner com o alfabeto e coloque-o naquela parede...

- Alfaoquê?

- ...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O Primeiro Dia

O primeiro dia! - 01/02/2011

Movimento diferenciado no dia anterior. Dia de união. Foco no dia “D”, e na hora “H”. Tudo pronto, material adquirido e revisado diversas vezes. Não falta nada. É tudo torcida para o dia seguinte. Como será o primeiro dia?

E chega a hora. Filmes e fotos registram a partida. Muita emoção no ar. Todos pensando:

“-Qual será a reação? Será que vai chorar? Será que vai querer ficar lá? É tudo novidade!”

Ao toque da campainha, espera ansiosa. Daí vem a Carol. Rituais de despedida, de boas vindas, meu beijinho, seu beijinho e a expectativa geral:

“ – Vamos ver o que ele vai fazer...”

Ele simplesmente foi. Entrou como se já conhecesse todo mundo. Puxando sua mochilinha de lanches e a bolsa com os equipamentos. Ia para a primeira aula da sua vida e nem olhou para trás!

Retornamos. O pai, perplexo e com os olhos mareando:

“ – Ele nem me falou tchau!... ”

A mãe, toda orgulhosa. E os avós, experientes, só trocando olhares.

Combinamos retorno às 10 horas para o primeiro dia. Se ele quis voltar? Claro que não: Ficou até o fim da aula!

Referência em Recuperação

Embora mais de longe, ainda tenho acompanhado o que é divulgado pelos meios de comunicação sobre acessibilidade em geral e sobre o CRR (Centro de Referência em Recuperação) daqui de Campinas-SP.

Alguns meses atrás registrei uma ocorrência no serviço de atendimento da Prefeitura Municipal, onde relatei experiências vividas no âmbito do CRR. Acompanhei o andamento da ocorrência até quando o assunto foi encaminhado à Secretaria competente, mas confesso que não retornei ao local para conferir os resultados obtidos.

Hoje, ao consultar registros do CRR no site da Prefeitura Municipal, surpreendi-me ao encontrar um vídeo de pouco menos de 15 minutos sobre os trabalhos que são realizados pelo CRR, seu pessoal – por sinal muito competente na sua área – e usuários do Centro.

Se você se interessa pelo assunto, vale a pena dar uma olhadinha. Aí vai o link:

http://www.youtube.com/watch?v=HposgphKHyc&feature=player_embedded

Parabéns aos envolvidos pelo belo trabalho!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dominar o mundo?

Hoje passou na tv a cabo o filme ”Controle Absoluto” (Eagle eye – Dream Works Pictures – co-produzido por Steven Spielberg em 2008 e dirigido por Daniel John Caruso – D.J.Caruso.) Numa das falas, a máquina diz: “- Estamos em toda parte...

Por associação de idéias, lembrei-me de “1984”, livro escrito por George Orwell em 1948. No livro, Orwell imagina uma sociedade futurista com controle centralizado, na qual o “Big brother is watching you” (O grande irmão está te observando).

Outra associação de idéias me levou à ”Revolução dos Bichos” (Animal Farm – George Orwell, 1945), em que o mesmo Orwell relata a história de uma revolução de bichos contra os humanos, liderada por um porco...

Em 1938, Orson Welles provocou uma confusão muito grande quando divulgou pela rádio CBS, em tom alarmista, a informação que a Terra estava sendo invadida por seres de outro planeta. Tratava-se de um dia das bruxas e Welles resolveu dramatizar, durante seu programa de rádio, uma adaptação da história de ficção científica “A Guerra dos Mundos” (The War of the Worlds, 1898, de Herbert George Wells).

Ainda sobre alarmismo, lembro-me que certo dia na minha infância, os meninos da minha rua ficaram preocupados com a notícia, saída não sei de onde, de que “O mundo vai acabar amanhã!”. Que coisa, hein! E ainda estamos aqui!

Lembro-me também do filme “Inimigo Meu” (Enemy Mine – EUA, 1985 – direção de Wolfgang Petersen). Aqui a história é sobre uma guerra futurista onde o vencedor dominaria os planetas Terra e Dracon.

E alguém se lembra da série em que dois camundongos de laboratório têm uma vida noturna mais animada do que suas labutas rotineiras pelas tardes e manhãs, e onde o objetivo está implícito diretamente no diálogo, também rotineiro: “- Cérebro, o que faremos amanhã à noite?” e a resposta é sempre: “- A mesma coisa que fazemos todas as noites, Pinky... Tentar conquistar o mundo!” (Pinky and the Brain, criação americana de Tom Ruegger e Steven Spielberg, exibida de 1995 a 1998).

E “O Grande Ditador”? (The Great Dictator – EUA, 1940, Direção e Roteiro de Charles Chaplin, que também interpreta duas personagens).

Poderia ficar citando aqui muitos outros exemplos de livros, filmes, histórias veladas, rituais secretos ou não e outras formas de exploração da informação, conhecimento e poder, em que tem sempre uma ou várias personagens pretendendo dominar o(s) mundo(s). Por quê esse desejo?

Na atualidade tenho visto também uma preocupação muito grande com a tal de “Nova Ordem Mundial”, muito citada entre os governantes; com os Iluminatis e suas conspirações; com os Papas Negros (Papa Negro é como é chamado o dirigente máximo da Companhia de Jesus – a ordem jesuíta, primeiro numa alusão à influência que exerce na sociedade (Papa) e depois numa alusão à cor de sua batina preta, em contrapartida à do Papa, que é branca); com o ano de 2012 e o final dos tempos, com o calendário maia, com o martinismo, com a maçonaria, etc, etc, etc...

Antes as sociedades ditas secretas segregavam as informações, talvez numa tentativa de proteger o conhecimento dos incautos, ou daqueles que poderiam fazer mau uso das informações. Mas hoje as informações circulam de forma indiscriminada pela internet. E pessoas – quaisquer pessoas – podem acessá-las indistintamente, e inclusive dar a interpretação que quiserem. (Ver o post anterior “Ler e entender”). Muitos nem sabem do que estão tratando, muito menos do poder que vem anexo à informação.

Vi diversos vídeos pela internet que foram produzidos por pessoas ditas inteligentes, mas que não tratam com responsabilidade assuntos muito controversos, e o que fazem mesmo é colocar os incautos em pânico e lançar dúvidas sobre suas crenças já intimamente consolidadas, abalando-as.

Então fico pensando: Como pode o alguém querer dominar o mundo se ele não consegue nem dominar-se a si mesmo? Não consegue controlar nem a sua célula familiar, nem a sua comunidade, quanto mais o mundo!

Cabe às lideranças formais prepararem seus correligionários para que façam melhor uso do conhecimento. Para evitar, na expressão figurada de Jesus Cristo, “lançar pérolas aos porcos” (Mateus, 7,6).

Curioso é saber que, após muita – mas muita mesmo – pesquisa, meditação e leitura, eu descobri que continuo sem saber – e muito menos entender – nada de nada! Como Sócrates: Só sei que nada sei!

Então recito aqui o meu credo permanente: Creio Senhor, mas aumentai minha fé.