domingo, 17 de abril de 2011

Se arrependimento matasse...

Naqueles dias eu acompanhava um parente que passava por um período de recuperação pós-operatória. Foi quando encontrei Dona Giselda, uma senhora idosa que esbanjava alegria. Se ela não tivesse falado, eu nem teria notado que era amputada de um dos pés.

O curioso do registro é que ela mantinha certa mágoa com um filho. Afinal, “- Foi ele que autorizou” a equipe médica a promover a cirurgia reparadora que resultou na remoção da região atingida por uma trombose de recuperação impossível. Para ela, o filho é que era o culpado por ela estar hoje sem um dos pés...

Com jeitinho, expliquei a ela que a decisão que o filho tomara foi dolorida demais para ele. Com certeza, se ele tivesse outra opção, não teria autorizado a cirurgia. Ainda mais por ser o tipo de decisão que envolve diretamente a vida de outra pessoa.

Curiosamente, ela continuava fumando, mesmo após a amputação...

Numa outra ocasião eu discutia com o mesmo parente acima citado a respeito de nossas decisões no dia-a-dia. Por exemplo: se eu posso escolher entre ajudar alguém ou não ajudar, por quê não ajudar? Se posso escolher entre abandonar um mau hábito ou continuar com ele, por quê então continuar com ele?

Quando avaliamos a amplitude de cada decisão que tomamos, então fica mais fácil decidir. Se cada vez que escolhemos fumar um cigarro, beber uma cachaça ou ajudar um necessitado olhássemos lá na frente para ver as consequências resultantes desses atos, será então que manteríamos as mesmas escolhas?

Depoimento do meu parente:

“- Se arrependimento matasse...”

Nenhum comentário:

Postar um comentário