Todo dia temos alguma surpresa na administração pública: são políticos sendo acusados de abocanhar parte dos salários da suas equipes; outros de corrupção ativa ou passiva; são secretários de governo que coordenam contratos públicos visando interesses não muito públicos; são projetos sendo aprovados sem atender exigências legais e depois sem ter nenhum acompanhamento; são propinagens para isso e mais aquilo; é a realização de licitações marcadas; é a promulgação de leis com vícios de hierarquia; são obras autorizadas com contrapartidas não executadas e tantas outras coisas mais que poderia passar um tempão relatando aqui...
Segundo consta, isso acontece há tempos e não só na nossa cidade: vai também Brasil afora.
Ao que parece, Campinas vem seguindo um modelo de gestão que muitos executivos públicos adotam em todos os escalões, tanto politicamente quanto administrativamente. Coisas que vão muito além do toma-lá-dá-cá partidário.
E, seguindo também modelos de outros escalões, políticos de oposição não estariam exercendo oposição nenhuma, facilitando a vida da situação e permitindo a incidência de irregularidades, sem que ocorra nenhuma fiscalização. Punição aos responsáveis, então, nem pensar.
Só depois que o Ministério Público tomou a iniciativa – semana passada - de levar à frente investigações de irregularidades na administração da cidade, daí sim a tímida oposição saiu protocolando aqui e ali um pedido de investigação e até de impeachment, ainda demonstrando surpresa e completa desarticulação. Talvez pensando em convencer seus eleitores baseando-se na velha máxima do “antes tarde do que nunca...”, para salvar seus bonés...
Quando situação e oposição exercem de fato suas atribuições, representando seus eleitores e não os seus próprios interesses, então as chances de ocorrer um governo política e administrativamente melhor se ampliam muito mais, fortalecendo a democracia.
Tomara que – em se comprovando alguma irregularidade – os responsáveis sejam punidos exemplarmente, nas formas da lei e das urnas.
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