domingo, 23 de junho de 2013

Manifesto sobre as manifestações de 2013

Primeira parte...

O homem é um ser social

Tudo começa na própria perpetuação da espécie: não é auto-suficiente nem para reprodução, na medida em que até para isso depende de um parceiro...

Assim, para sobreviver, surge a primeira organização social, a casa, com sua primeira regra: uma vez estabelecido o casal, um traz para casa o alimento e outro cuida da casa (ou vice-versa)...

Organização e evolução

Como a caça é a mesma (precisa ser disputada) e os defeitos de caráter também tomam parte na evolução humana, então ocorrem desavenças pelo mesmo alimento e desavenças nas disputas pelos parceiros (preguiça, inveja, cobiça e outros “pecados” que fazem parte dos processos do aprendizado humano).

Assim, nada mais natural que surjam lideranças que se interessem pela organização disso tudo: se um grupo dedica uma parte do seu tempo para pesquisar melhorias nos processos de trazer o alimento, outro grupo pode cuidar de outros assuntos. Por exemplo: um grupo cuida da produção agrícola, outro da produção animal, outro observa e corrige os resultados disso tudo e assim por diante...

Crescimentos da população e da organização

A população cresce todo dia. A capacidade de organização também cresce. Mas a organização propriamente dita encontra mais dificuldades na sua evolução do que o crescimento populacional. Assim, o que mais se vê é o crescimento de populações desorganizadas, mas que, mesmo assim, não param de crescer...

O que temos visto na atualidade é um exagerado crescimento populacional em detrimento da capacidade de organização...

Lideranças

Os próprios processos de identificação de lideranças são difíceis e têm seus vícios. Mas quando são percebidas diferenças entre os objetivos dos líderes e dos seus liderados, então estas diferenças precisam ser corrigidas com urgência, porque o preço que o grupo paga por permitir a evolução de um modelo que não atende seus interesses é muito alto.

Um dos mais graves defeitos percebidos nos modelos de representação nas sociedades modernas é o de os líderes – geralmente escolhidos pelos elementos do grupo – acharem que os objetivos que devem atingir sejam seus objetivos pessoais e os de sua perpetuação no esquema de poder estabelecido.

Alienação

Quando ocorrem erros nos processos representativos, os liderados podem alienar-se e manter-se à margem dos acontecimentos. E os líderes passam então a cuidar ainda mais dos seus próprios interesses, alienando-se também dos seus liderados. Ficam assim duas castas: a dos não-representados e a dos não-representantes. Estes últimos, no intuito de manterem seus interesses, precisam recursos que vão colher entre os não representados.

Reações

Até que, cansados de sustentarem uma casta sem representatividade, que para cada serviço oferecido impõe pagamentos fora de qualquer medida através de tributos cada vez mais sofisticados, os não representados resolvem abandonar suas rotinas e demonstrar suas insatisfações com os modelos constituídos.

E a culpa é de quem?

De todos. Mas o que importa é a percepção do erro e a iniciativa para sua correção.

Precisa fazer tudo hoje?

Não é possível corrigir tudo de uma vez. Erros muito antigos não se corrigem de uma hora pra outra. Então o que se tem que fazer nessa situação é, detectado o erro, apurar as responsabilidades, corrigir o modelo e escolher melhor os representantes nas próximas oportunidades, se o modelo permitir.

Se o modelo não permitir mudanças, então é preciso mudar o modelo. Não importa se vai demorar 100 ou 200 anos pra acontecer: o que precisa é começar.

A palavra de ordem então é demonstrar a insatisfação, provocar a mudança e ficar atento nos resultados.

Segunda parte...

E aí, quem sabe nas próximas etapas, a humanidade seja assexuada e cada ser humano seja auto-suficiente... 

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