Algumas pessoas – seriam todas? – têm dificuldades para lembrar ou guardar dados em sua própria memória.
Eu me lembro – ainda! – que, numa das várias mudanças que tivemos numa empresa em que trabalhei, uma orientadora passou a “dica” de que, para aquele novo trabalho, “era fundamental não guardar nada de cabeça”.
E também que não utilizássemos nada daquilo que lá chamávamos de “burrinho” (conjunto de anotações consideradas importantes sobre determinados serviços).
A explicação que ela apresentou para essa orientação foi que as instruções de trabalho são dinâmicas, mudam toda hora e que dependem muito dos ambientes legais e conjunturais em que estão inseridas e submetidas.
Então, não seria errado concluir que dois projetos idênticos poderiam ter tratamentos diferenciados, dependendo da época de suas aprovações.
Tinha lógica.
Naqueles dias eu encontrava muitas dificuldades para absorver e guardar todo o volume de informações referentes às novas rotinas que tinha que aprender. Por isso, aprendi rápido onde encontrar as informações que precisava.
Por vezes sabia o livro, capítulo, título, etc., mas os consultava a cada ocorrência, para garantir a temporalidade da instrução.
Essa prática foi muito útil, pois garantiu a aplicação das rotinas corretas nos trabalhos executados e a segurança dos envolvidos.
Em julho de 2011, a revista Science divulgou pesquisa de Betsy Sparrow, et al, sobre “Os efeitos do Google na memória: consequências cognitivas de ter a informação ao alcance dos dedos.” Vale consultar.
Então, para analisar, ficam algumas questões:
Será que estamos condenados a abolir o uso das técnicas do palácio da memória e a dependermos somente de informações guardadas externamente ao nosso cérebro?
Por que caminhos anda a nossa capacidade analítica, se temos que consultar e inter-relacionar dados armazenados fora da nossa própria memória?
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