terça-feira, 29 de junho de 2010

São Silvestre

Houve uma época em que eu trabalhava de madrugada. A empresa era na Chácara Santo Antônio e quase sempre eu ia de bicicleta. Eram quinze quilômetros de boas pedaladas.
Certa manhã, quando retornava do trabalho, um ladrão roubou minha bicicleta.
Dali pra frente, adquiri o hábito de correr a pé mesmo. Quando dava tempo, lá estava eu, pelas ruas e avenidas da cidade, correndo sem maiores preocupações. Foi assim que aprendi a gostar de corridas de rua.
Algum tempo depois, um amigo me convidou para participar da corrida de São Silvestre.
- Não dá! – retruquei. - É muito longa essa corrida!
- Você consegue! Vamos fazer a inscrição!
Então eu fui. E o dia da corrida foi dia de festa. Não precisava vencer: a meta era só correr até o final. Foi quando alguém gritou:
- Começou!
Tumulto geral. A multidão era muito grande: muita gente correndo e se atropelando; muita gente só observando! Para começar de fato levamos quase dez minutos. Mas antes mesmo que passássemos pela Av. Ipiranga, meu amigo reclamou de dores no joelho:
- Não vou conseguir. Você segue sozinho!
- Claro que não vou – eu falei – Começamos juntos, vamos continuar juntos!
E fomos assim mesmo, muitas vezes ele apoiado no meu ombro.
Paramos muitas vezes: água, gelol, faixas e massagens; e assim fomos até a linha de chegada, arrastando quase duas longas horas.
No dia a dia, aprendi que corredores são muito solidários.
Deus nos ajude!

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